Especialistas debatem hoje (13) e amanhã (14) a alimentação saudável entre a população brasileira, na 4° Conferência Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável do Rio de Janeiro, realizada na Universidade do Estado (Uerj). Durante o encontro, a secretária de Ações Sociais e Direitos Humanos, Teresa Cristina, disse que ter uma renda mais alta não significa ter uma alimentação mais saudável.
“Grande parte da população não tem acesso a uma alimentação saudável, pois não sabe nem do que se trata. Temos que estabelecer um conceito fixo para isso. E, por conta disso, muitas pessoas que teriam capacidade financeira de se alimentar melhor continuam com práticas que prejudicam a saúde. Ter uma boa renda e ter alimentação saudável não andam, necessariamente, de mãos dadas em muitos casos”, afirmou.
Conferência Green Rio 2015 discute estratégias para a economia verde e o setor de alimentos orgânicos no Jardim Botânico (Fernando Frazão/Agência Brasil)
Secretária de Ações Sociais e Direitos Humanos, Teresa Cristina, diz que ter uma renda mais alta não significa ter uma alimentação mais saudável Fernando Frazão/Agência Brasil
A diretora do Instituto de Nutrição da Uerj, Inês Rugani, reiterou a opinião da secretária e alertou para a fabricação de certos alimentos. “Existe hoje um sistema alimentar que ameaça o planeta, com empresas que visam somente ao lucro em detrimento da saúde da população. Alimentos processados, transgênicos, com alto teor de sódio. São muitos exemplos. O pior é que eles são os mais consumidos”, alertou.
O representante do Ministério do Desenvolvimento Agrário, José Fernandes, disse que multinacionais do setor alimentício não aceitam a adoção de práticas saudáveis, porque isso pode ter um impacto no lucro. “A resistência por parte delas [as multinacionais] é muito grande. Elas não querem, não aceitam de jeito nenhum a troca do uso de agrotóxicos por outros componentes.”
A conferência é vista como uma oportunidade para o debate de propostas para os próximos anos, pois depois da saída do Brasil do Mapa Mundial da Fome, a agenda futura dá prioridade à melhoria e à qualidade da alimentação da população por meio da oferta de alimentos mais saudáveis, diversificados e que respeitem a cultura regional.
Por: EBC
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