A doença da Soja Louca ll (SL-II) foi reconhecida pelo Ministério da Agricultura (Mapa) como causada pelo nematóide Aphelenchoides sp. Há dez anos, os pesquisadores da Embrapa e parceiros trabalhavam na identificação da Soja Louca II, porém somente em 2015 ocorreu a identificação do agente causador. Desde a safra 2005/2006, a doença vem causando reduções de até 60% na produtividade da soja, principalmente em regiões quentes e chuvosas como os estados do Maranhão, Tocantins, Pará e Mato Grosso.
Os principais sintomas da Soja Louca ll são observados no início da fase reprodutiva da soja, que apresenta afilamento das folhas do topo das plantas, enrugamento das folhas e engrossamento das nervuras. Além disso, as folhas com sintomas apresentam coloração mais escura e menor pilosidade em relação às normais. Também é observado que as hastes exibem deformações e engrossamento dos nós. As vagens podem apresentar lesões, rachaduras, apodrecimento e redução do número de grãos.
Para o pesquisador Maurício Meyer, da Embrapa Soja, após o diagnóstico, o próximo passo é detalhar as ações de manejo para garantir o controle da doença. “A identificação do agente causal da SL-II representa uma descoberta importante, porque direcionam as atividades de pesquisa para a definição das estratégias de manejo, o que trará um enorme alento aos produtores que amargam prejuízos com uma doença até então desconhecida”, revela o pesquisador da Embrapa Soja.
Durante estudos realizados em 2011, os pesquisadores já tinham comprovado que a Soja Louca II não era causada por ácaros ou vírus. No entanto, apenas neste ano, com o isolamento e a multiplicação do nematóide em laboratório, foi possível identificar o agente causal de uma doença. Maurício Meyer inoculou plantas de soja sadias com diferentes concentrações de Aphelenchoides sp. e em diferentes fases de desenvolvimento da cultura. Após 12 dias, o cientista observou que as plantas começaram a apresentar os sintomas da doençaI. “Essas plantas doentes foram enviadas ao laboratório e constatamos uma expressiva quantidade do nematóide comprovando-se, assim, que ele desencadeia a doença”, explica Meyer.
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